Exigências de Dhlakama estão acima da lei
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, reitera não estar em condições de satisfazer as exigências do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, porque são uma violação flagrante da Constituição da República que ele jurou respeitar.
Com estas declarações Nyusi respondia a uma questão colocada por um estudante da Universidade de Columbia, na cidade norte-americana de Nova Iorque, durante uma palestra que proferiu na tarde de segunda-feira, subordinada ao tema “O Desafio do Desenvolvimento do Capital Humano no Contexto do Desenvolvimento Sustentável em Moçambique”.
O referido estudante queria saber a origem dos distúrbios causados pela Renamo e que estão a gerar um clima de instabilidade no país.
“O que ele (Dhlakama) quer está acima da lei. Jurei respeitar a Constituição e, por isso, não posso permitir que a Constituição seja violada senão com o consentimento de todo o povo moçambicano. Portanto estamos a privilegiar o diálogo, falar, falar e falar”, disse o estadista moçambicano.
Filipe Nyusi explicou que o seu presente mandato é caracterizado pela inclusão de todos os segmentos da sociedade moçambicana.
Disse ainda que uma das suas primeiras iniciativas foi reunir-se com Dhlakama.
Explicou que as últimas eleições foram observadas pela comunidade internacional, incluindo algumas fundações dos próprios Estados Unidos, da União Africana, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, da União Europeia e observadores individuais, que acabaram legitimando o processo.
Num outro desenvolvimento, o Presidente da República faz um balanço positivo da participação da delegação moçambicana na Cimeira sobre Desenvolvimento Sustentável e na 70.ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Segundo Nyusi, Moçambique aproveitou a sua participação nestes dois eventos para partilhar a sua experiência e avanços com outros países, bem como consolidar as suas relações.
Aliás, a agenda do Presidente da República contemplava mais de 17 encontros bilaterais. A participação da delegação moçambicana também foi marcada por aquilo que Nyusi rotulou de “diplomacia económica”.
“A diplomacia económica tem de estar acima para sustentar a política e outro tipo de cooperação e houve uma grande aceitação por uma parte considerável dos empresários americanos”, disse Nyusi, destacando particularmente o contacto mantido com o director executivo da multinacional General Electric Africa, Jay Ireland.
Esta empresa possui grandes investimentos em Moçambique, que incluem o fornecimento de 100 locomotivas para viabilizar os projectos ferroviários em Moçambique. A General Electric também possui um grande projecto de formação de centenas de quadros moçambicanos e no estrangeiro para poder garantir a viabilização dos seus projectos no país.
Nyusi também congratula-se com os avanços conquistados pelo país, sobretudo no que concerne à mortalidade infantil, expansão do Ensino Primário e conclusão do processo de desminagem em Moçambique.