FADM devem prover segurança do povo
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) têm a responsabilidade de participar na prevenção de qualquer tipo de conflitos, empregando todo o seu conhecimento no sentido de produzir uma análise profunda sobre as causas e adoptar medidas inclusivas e adequadas para evitar a eclosão e evolução dos mesmos.
Esta orientação foi deixada ontem pelo Presidente da República e Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi, no Instituto Superior de Estudos de Defesa “Tenente-General Armando Guebuza”, onde orientou a cerimónia de encerramento dos cursos de Altos Comandos, Estado-Maior Conjunto, Promoção à Oficial Superior e de Adequação de Quadros. Não foi revelado o número dos graduados.
Na ocasião, Filipe Nyusi observou que a nossa sociedade quer a paz, a liberdade e estabilidade. Estes, segundo o Chefe do Estado, são valores indispensáveis para o desenvolvimento sustentável do país.
“Actualmente, estes valores se encontram perturbados. Este desvio pode regredir o crescimento de Moçambique. Os interesses vitais dos moçambicanos devem ser defendidos. Pelos interesses vitais nunca podemos abdicar de lutar, porque sem eles não poderemos sobreviver como um povo. As Forças de Defesa e Segurança, no seu todo, devem preservar, mesmo debaixo de agressão armada de qualquer natureza: o nosso povo e a nossa soberania nacional. Devem defender as nossas fronteiras, a nossa independência e a nossa ordem constitucional. Estas são as mais preciosas vitórias do povo moçambicano e não são negociáveis. O povo moçambicano outorgou às Forças Armadas de Defesa de Moçambique para defendê-lo” - explicou.
O Comandante-em-Chefe das FDS sublinhou que, paralelamente à defesa dos interesses nacionais, partilhem a consciência de que a defesa da pátria não é tarefa exclusiva das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. No seu entender, a melhor maneira de criar a estabilidade no país é a produção de riqueza e a promoção da justiça social.
“É combater a sinistralidade rodoviária que está a ceifar vidas de compatriotas. Criar estabilidade é também a gestão sustentável da natureza. É fazer com que as cheias ou secas deixem de ser ameaça à segurança nacional porquanto, tiram vidas, destroem infra-estruturas económicas e sociais” - disse.
O Instituto Superior de Estudos de Defesa foi criado há quatro anos quando Filipe Nyusi ocupava o cargo de Ministro da Defesa no Governo de Armando Guebuza. O antigo estadista foi um dos destacados convidados na cerimónia.
“O ISEDEF oferece-nos hoje uma ocasião singular para reflectirmos à volta do contributo que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique devem dar. Durante a criação deste instituto, vincou a ideia estratégica de que o país necessitava de uma instituição capaz de formar militares, diplomatas, jornalistas, dirigentes políticos, empresários, líderes, entre outros actores principais. A formação tinha que estar virada para uma perspectiva integrada de edificação e consolidação de um pensamento estratégico nacional de defesa nacional. Para isso, o ISEDEF foi criado como um espaço privilegiado de reflexão, análise e edificação de ideias relativas a assuntos de defesa e segurança nacional e internacional.
“Hoje, viemos mais uma vez celebrar aquilo que ontem era simples expectativas em relação a esta instituição de ensino militar” - recordou Nyusi
Entretanto, o Reitor do ISEDEF, Daniel Frazão, explicou que com estes cursos, para além de aprimorar o desempenho de cargos e exercícios dos oficiais, pretende-se também conferir competências e conhecimentos técnicos militares necessários para promoção do desenvolvimento das FADM nos planos científicos, doutrinário e cívico patriótico, com o intuito de aperfeiçoar o apoio à formação do pensamento estratégico nacional através do estudo, investigação e divulgação das questões de defesa e segurança.
A cerimónia foi marcada ainda pela presença de altas individualidades, com destaque para os Ministros da Defesa e do Interior, Salvador Ntumuke e Basílio Monteiro, respectivamente, chefias militares, entre outros.