Nyusi reiteira vontade de se reunir com o líder da Renamo
O Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou ontem, em Quelimane, a capital da província da Zambézia, a sua disponibilidade para se reunir com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para um debate de ideias sobre a manutenção da paz em Moçambique.
No seguimento deste princípio, o Chefe do Estado destacou que nos últimos dias o Governo esteve a fazer contactos para viabilizar mais um encontro com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, no prosseguimento dos esforços de busca deste bem precioso que é a paz.
O compromisso com a paz recomenda-nos que aguardemos tal como o fizemos em ocasiões anteriores. Não há razões para o derramamento de sangue. Aliás, tal como o afirmamos em Tete, ninguém, incluindo o próprio Presidente que sou eu, tem razão enquanto a paz não prevalecer em Moçambique, disse Nyusi.
A paz, segundo o estadista moçambicano, é muito mais do que a ausência da guerra. É a tolerância e concertação de ideias, o que não significa necessariamente aceitação. É também ser capaz de ouvir e respeitar o outro.
Moçambique, segundo Nyusi, precisa da entrega e determinação de todos, pelo que as diferenças não devem ser motivo de guerra entre irmãos, mas sim um elemento aglutinador na procura de soluções para o bem-estar de todos os moçambicanos.
A paz é o que as confissões religiosas nos ensinam. Elas são diferentes mas não se guerreiam. O resgate da paz não é somente da responsabilidade do Governo mas de todos, disse o Presidente da República.
O Chefe do Estado destacou que as confissões religiosas têm a difícil missão de manter as suas tradições seculares de educar a sociedade para uma vida em paz, harmonia social, concórdia, tolerância e respeito mútuo.
No encontro, Nyusi instou as confissões religiosas a identificarem as oportunidades para que os moçambicanos se unam e definam ideias claras sobre a sua participação no restabelecimento da paz sem derramamento de sangue, bem como sobre o seu contributo nas tarefas de desenvolvimento.
A Constituição da República consagra a laicidade do Estado, dai que o Governo é chamado a respeitar as confissões religiosas. Enaltecemos o papel que estas desempenham na vida social das comunidades, disse.
O Governo, segundo Nyusi, tem vindo a testemunhar a convivência pacífica das comunidades, graças ao trabalho desenvolvido pelas confissões religiosas na pacificação do país e nas tarefas de desenvolvimento.
As confissões pediram o estabelecimento de uma comissão permanente de trabalho com o Governo para garantir que as decisões tomadas neste encontro tenham o devido seguimento.
José Guerra, falando em nome das confissões religiosas, destacou a vontade do Governo em manter um Moçambique em paz e indivisível, adiantando que para fortalecer os esforços neste sentido os religiosos devem ser cada vez mais envolvidos através de iniciativas individuais e colectivas.
(AIM)