Prevista formação policial da guarda da Renamo
Parte do entendimento alcançado sexta-feira na Beira, capital provincial de Sofala, que culminou com o desarmamento da guarda pessoal do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na sua residência, prevê a formação e integração dos elementos
desta forca residual do maior partido da oposição no exército ou na polícia moçambicana.
A operação de desarmamento da guarda de Dhlakama, desencadeada pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), culminou com a entrega de 16 metralhadoras do tipo AKM e uma pistola na presença de mediadores nacionais do diálogo político entre o Governo e a Renamo, o bispo da Diocese dos Libombos Dinis Sengulane e o académico Lourenço do Rosário, e a Governadora provincial, Helena Taipo.
Igualmente testemunharam o acto o Arcebispo da Igreja Católica da Beira, Cláudio Zunna, e os presidentes dos municípios da Beira e Quelimane, Daviz Simango e Manuel de Araújo, ambos do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo partido da oposição, com representação parlamentar.
Este último (Manuel de Araújo) procedeu a leitura do termo de entrega á Polícia das armas retiradas da guarda de Dhlakama, segundo o jornal Notícias.
Na ocasião foram postos em liberdade oito guardas de Dhlakama e prometida a formação dos membros destas forcas residuais da Renamo.
Dhlakama, resgatado quinta-feira das matas de Gorongosa para Beira apos estar em parte incerta desde os confrontos de 25 de Setembro em Amatongas, na província central de Manica, apelidou o acto como sendo o inicio da integração destes elementos nas forcas de defesa e segurança.
O Governo disponibilizou-se a formar a guarda de Dhlakama em finais da década de 90, mas o líder da Renamo simplesmente rejeitou. A serem formados como previsto no entendimento de sexta-feira, os guardas estarão ao serviço e sob ordens da polícia moçambicana (PRM).
Em Agosto, Dlhakama dispensou a escolta policial e ainda insiste em dizer que prefere segurança privada.
Os mediadores reiteraram tudo fazer para reatar o dialogo politico entre o Governo e a Renamo com vista a uma paz efectiva no pais. Dinis Sengulane disse mesmo que o acordo de sexta-feira na Beira marcava o inicio do processo de dialogo concreto entre as partes com vista a cimentar-se uma paz efectiva no pais e os preparativos do encontro entre o Presidente da Republica, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Nyusi tem reiteradamente convidado Dhlakama mas este vinha recusando, sendo que ultimamente insiste que pretende deslocar-se a Maputo para se encontrar com o Chefe do Estado moçambicano.