Malária em regressão
A Situação da malária no país é considerada estacionária, pese embora se registe redução do número de casos e também de óbitos por esta doença.
Benigna Matsinhe, directora nacional-adjunta de Saúde Pública, disse que a realidade actual demonstra que as intervenções levadas a cabo pela Saúde através das pulverizações intra-domiciliárias e também a distribuição das redes mosquiteiras tem estado a produzir resultados animadores.
Trata-se, segundo a nossa interlocutora, de actividades de grande impacto na população, devido ao facto de incidirem sobre o mais importante: a prevenção.
Mesmo assim a malária continua a ser a principal causa de procura de serviços de saúde em Moçambique.
Nos primeiros oito meses deste ano foram registados 4.272.715 casos da doença, contra 4.354.308 de igual período do ano passado.
“Apesar da redução de 81.593 casos, a situação mantém-se estacionária, não obstante no mesmo período o número de óbitos por malária ter reduzido em 28 por cento, passando de 2497 em 2014 para 1809 em 2015”, referiu.
Benigna Matsinhe deu conta que a redução de doentes nas unidades sanitárias é um grande ganho, porque se trata da diminuição do sofrimento da população.
Apesar da redução do número de casos e de mortes continua a preocupação com relação a Zambézia e Nampula, que aumentaram ligeiramente o número de casos, na ordem de 18 e 13 por cento, respectivamente. Cabo Delgado e Tete mantiveram-se estacionários e as restantes províncias registam diminuição de doentes.
De acordo com a nossa fonte, com relação aos óbitos, segundo a fonte, que fazia o ponto de situação epidemiológica no país, a excepção é a província da Zambézia, que registou no período um aumento do número de casos em cinco por cento, sendo que todas as restantes reduziram.
Como parte das estratégias de combate ao vector causador da malária, o mosquito anófeles, está em curso em nove províncias o ciclo de pulverização intradomiciliária (PIDOM) como forma de proteger cerca de 3.124.744 habitantes em 18 distritos.
Ainda no mesmo quadro, teve início no passado dia 12 de Outubro a distribuição de redes mosquiteiras nos distritos de Mossuril, Angoche e Ilha de Moçambique, em Nampula, e para a Zambézia, para além dos distritos que beneficiarão do PIDOM, mais oito distritos receberão redes mosquiteiras, nomeadamente Mulevala, Ile, Guruè, Namarrói, Gilé, Chinde, Luabo e Alto-Molócuè.
Regra geral a reposição das redes mosquiteiras é feita com a periodicidade de três anos, sendo um processo contínuo em todo o país.
Paralelamente ao controlo vectorial, as actividades do diagnóstico atempado e tratamento de casos nas comunidades e unidades sanitárias bem como a abordagem do tratamento intermitente preventivo para mulheres grávidas e educação para a mudança do comportamento estão inclusas.
Matsinhe apelou na ocasião para a necessidade de a população cumprir com as recomendações das autoridades sanitárias, sobretudo privilegiando o saneamento do meio, como forma de evitar a propagação do mosquito.