Nyusi na RAS em busca de cooperação económica
O Presidente Filipe Nyusi chegou ontem a Pretória para uma visita de Estado à África do Sul a convite do seu homólogo sul-africano, Jacob Zuma, com quem vai manter um encontro hoje para avaliar a cooperação bilateral.
Nyusi chefia uma delegação governamental que inclui ministros ligados a áreas vitais da economia e empresários, numa clara indicação da aposta que o Governo moçambicano faz na diplomacia económica.
Além dos ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Recursos Minerais e Energia, Indústria e Comércio, Transportes e Comunicações, Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, a delegação presidencial inclui 45 empresários moçambicanos ligados à agricultura, construção, energia, infra-estruturas, turismo, hotelaria, gás, serviços, entre outras áreas de actividade.
Estes empresários, liderados pela CTA, irão juntar-se a outros 20 nacionais que operam na África do Sul.
Durante a visita, que se prolonga até sexta-feira, terá lugar hoje, quinta-feira, a comissão binacional entre os dois países, durante a qual o estadista moçambicano irá proferir o seu discurso, além de participar num fórum de negócios que conta com a participação dos presidentes e empresários de ambos países.
A África do Sul é um dos principais parceiros económicos de Moçambique e a nível dos investidores estrangeiros no país tem estado entre os primeiros 10 lugares nos últimos anos. Em 2014 foi o segundo maior investidor e só no primeiro trimestre deste ano já investiu cerca de 500 milhões de dólares.
Num breve encontro com empresários que o acompanham, o Presidente da República disse que a estabilidade de qualquer país é a economia, exortando os homens de negócios do sector privado a ombrearem com os seus parceiros sul-africanos em pé de igualdade.
Disse que Moçambique tem muito para dar e que os recursos nacionais têm mercado mesmo na região, a exemplo do gás e energia, que tem na África do Sul o maior cliente.
Nyusi incentivou os empresários a diversificarem as suas actividades produtivas para evitar situações de dependência em relação a recursos como o gás e carvão que muitas vezes resultam em crises quando, por exemplo, os preços destes produtos entram em queda no mercado internacional.
O estadista moçambicano considerou a energia como “futuro de Moçambique”, frisando que o país tem condições para produzir e exportar este recurso ora em défice na região, sobretudo na África do Sul. Por isso exortou os empresários a buscarem parcerias e mercado não só no sector energético.
A visita do Presidente da República é aguardada com maior expectativa também pela comunidade moçambicana na África do Sul, a maior na diáspora, com a qual Filipe Nyusi irá manter um encontro. Mais de 30 mil moçambicanos trabalham na indústria mineira sul-africana, ora em crise, contribuindo com cerca de 750 milhões de randes por ano para a economia do país.
Os dois países mantêm igualmente fortes laços históricos e políticos consolidados na luta contra o “Apartheid” e no acolhimento que Moçambique deu a importantes figuras do ANC, incluindo o Presidente Jacob Zuma.