Resolver queixas dos professores!
O Presidente da República, Filipe Nyusi, defendeu ontem a resolução dos problemas que vêm sendo apresentados pelos professores, de modo a evitar-se que as queixas se tornem repetitivas e sem solução aparente.
Falando num encontro que manteve ontem em Maputo com a direcção da Organização Nacional dos Professores (ONP), Nyusi disse que não se pode continuar a ouvir queixas e reclamações dos professores sem nenhuma satisfação concreta, dirigida e orientada para a sua solução.
O Presidente da República decidiu encontrar-se com os professores para conversar e ter mais sensibilidade sobre os problemas daquela classe, no sentido de ajudar na sua resolução imediata para o que for possível, e a médio e longo prazo para os que assim o exigirem.
O problema central apresentado pelos professores está relacionado com os baixos salários e actos administrativos relacionados com a falta de nomeações, progressões, promoções e mudança de carreira. Estes problemas são antigos e continuam a ocorrer, dai que o presidente quer que haja uma solução em definitivo dos mesmos.
Na óptica do Chefe de Estado, os professores estão na expectativa e na esperança de ver resolvidos os seus problemas, dai que deva haver coragem suficiente para dizer que um determinado assunto não será resolvido, e os restantes serão atendidos, mas sempre informando aos profissionais da classe sobre o que se está a fazer.
“O que temos estado a dizer é que a factura na vida do professor é muito alta. Gasta para se deslocar a escola e alguns gastam para se deslocar para ir receber o seu salário, uma vez que não tem agência bancária próximo do seu local de trabalho. Gastam para habitação porque quando são colocados numa determinada zona não têm condições de habitação, e uma das saídas é gastar para ter onde viver. Gastam pela energia, água e aspectos de assistência médica e medicamentosa que está a falhar. Portanto, essa factura torna-se larga e o custo de vida faz com que o valor que o professor recebe não consiga sustentar as necessidades. Temos que encontrar soluções de como reduzir essa factura, criando condições para que o professor possa ter condições de trabalho e vida. Temos a consciência que os 150 mil professores que temos no país são muitos e os problemas não poderão ser resolvidos de uma só vez, mas sim gradualmente. Não teríamos capacidade imediata de resolver problemas de todo. Não podemos incorrer na utopia”, explicou o Presidente.
Explicou ainda que nem tudo depende do Governo, mas o que compete ao seu Executivo fazer, será feito. A prova do esforço que o Governo está a fazer, segundo ajuntou, é o reajuste salarial ocorrido este ano, que foi relativamente superior aos anos passados.
“A percentagem de dez por cento foi mais ou menos encorajadora. Os professores constituem uma família de 150 mil profissionais, dai que os seus problemas serão resolvidos gradualmente”, acrescentou.
Acrescentou que acompanhou atentamente os festejos do dia 12 de Outubro, Dia dos Professores, onde para além das lamentações apresentadas, o importante foi terem usado o espaço para reflectir e se aconselharem sobre a vida da classe.
A ONP, que celebra este ano 34 anos da sua existência, esteve encabeçada pela sua Presidente, Beatriz Muhoro, que expressou a satisfação da classe pelo convite do Chefe do Estado para discutir de forma aberta e franca os problemas que a apoquentam, tendo reiterado a urgência de os mesmos serem resolvidos.
O encontro contou ainda com a presença dos Ministros da Educação e Desenvolvimento Humano e da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, e quadros do MINEDH.