China perdoa dívida moçambicana de juros não vencidos
A China anunciou o perdão da divida moçambicana de juros não vencidos ate 2015. Anunciou ainda que os créditos que ir conceder nos próximos anos serão revistos em baixa, situando-se abaixo dos actuais 1,5 ou 2 por cento.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, que revelou o facto a imprensa moçambicana, em Sandton, no final da cimeira China-África, disse que a medida vai permitir mais apoio e investimento chinês no país e maior capacidade de manobra para amortização da dívida.
O estadista moçambicano, que obteve estes resultados no encontro que manteve com o Presidente chinês, Xi Jinping, disse ainda que os financiamentos externos ao país devem contemplar o alavancar da economia e empoderamento do empresariado nacional, bem como gerar maior empregabilidade das pessoas no âmbito dos esforços de combate a pobreza.
Não foram revelados números, mas dados compilados pelo banco português, no seu último relatório sobre Moçambique, a dívida total moçambicana à China estava em 886 milhões de dólares em 2014, segundo a agência macauhub.
Segundo Nyusi, a Cimeira foi um sucesso não só pela larga participação a nível de chefes de Estado e de Governo africanos, mas sobretudo pela qualidade dos conteúdos discutidos e resultados alcançados.
Não foi um encontro de doadores, nem de petições. Foram discutidas parcerias, disse.
O encontro que Nyusi manteve com Xi Jinping serviu para personalizar o relacionamento entre ambos no novo ciclo de governação e para reafirmar a continuação na linha de cooperação com a China.
Queremos uma parceria, uma cooperação real, não de estender a mão , vincou o estadista moçambicano.
Nyusi apelou para que haja maior celeridade e agressividade para melhor exploração das oportunidades que a China oferece e Moçambique possui.
Durante a Cimeira, a China anunciou que vai providenciar 60 biliões de dólares para os países africanos sob forma de assistência, créditos sem juros e concessionais. Anunciou ainda ajuda aos países assolados pela seca no valor de um bilião de yuans, o equivalente a cerca de 156 milhões de dólares, e prometeu ajudar financeira e tecnicamente Africa na criação de capacidade local de resposta aos fenómenos naturais.