Cultura de não-violência para responder à violência
O Presidente Filipe Nyusi disse ontem, em Maputo, que a sociedade deve responder aos diversos actos de violência com uma cultura de não-violência, de diálogo, debate aberto e permanente e que deve ser reproduzida quotidianamente nos órgãos de comunicação.
O Chefe do Estado falava na abertura da Conferência Nacional da Comunicação Social sobre Violência e Paz, promovida pelo Conselho Nacional de Comunicação Social, que teve como objectivo reflectir sobre como os “mídias” têm abordado a violência e o crime na sociedade, ante o seu papel de educar, informar e entreter, contribuindo para a formação de uma opinião pública adequadamente informada.
Segundo o Presidente da República, em muitas sociedades, a violência já não é apenas um fenómeno localizado e temporário, ela transformou-se numa cultura e para contrariar essa cultura “nunca é bastante o uso de forças policiais”.
“É preciso responder com uma cultura de não-violência, uma cultura de diálogo e de debate aberto e permanente. Essa cultura tem de ser reproduzida quotidianamente nos nossos órgãos de comunicação. Cada jornal, cada estação de rádio ou de televisão devem ser uma sala de aula onde aprendemos cidadania, convivência e o sentimento de pertença a uma mesma família.
Falando perante os membros do Conselho Superior de Comunicação Social, profissionais dos “mídias”, entre os quais gestores e editores, jornalistas, para além de outros interessados nesta área, Nyusi referiu que o jornalismo ajuda a consolidar uma nação e que a comunicação faz lembrar que não há longe nem perto quando se trata das terras e da gente de Moçambique.
Diariamente, acrescentou, sente-se o pulsar do Estado em todos os recantos do país. Diariamente vozes de Lichinga são ouvidas em Tambara ou em Funhalouro; rostos de Marracuene ou de Tsangano são vistos em Montepuez; músicas de Namialo são ouvidas em Chibabava ou em Milange.
“Quando tudo isto acontece estamos, de uma forma viva e personalizada, a tecer os fios dessa grande construção que é a nossa unidade nacional. E, de facto, a consolidação da unidade nacional continua a ser a nossa grande prioridade. Porque dessa unidade efectiva e vivida por todos resulta um clima mais favorável à paz e ao fim da violência”, frisou o Chefe do Estado para depois sublinhar que o seu Governo continuará a defender uma nação imune a qualquer tentativa de divisionismo.
Para o Presidente Nyusi, para que esta mensagem se torne parte da vida de cada moçambicano, é preciso que ela se converta em episódios concretos, em histórias de pessoas que têm um nome e um rosto.