Focalizar as acções para jovens mulheres
A Redução de novas infecções do HIV e SIDA entre adolescentes e jovens no país requer uma acção mais incisiva por se ter mostrado difícil devido à vulnerabilidade e factores de risco associados ao sexo desprotegido.
Dados do Inquérito Demográfico de Saúde de 2011 apontam que apenas 46 por cento dos rapazes e raparigas com idades compreendidas entre 15 e 24 anos reportaram o uso do preservativo na última relação sexual.
A prevalência do HIV em adolescentes, na faixa etária dos 12 e 14 anos é estimada em 1,8 por cento e entre as jovens mulheres (15-24 anos) situa-se nos 11.1 por cento, isto é, três vezes maior que a prevalência entre os homens da mesma idade, que está situada em 3.7 por cento.
As informações foram avançadas ontem no distrito de Bilene, província de Gaza, pela ministra da Saúde, Nazira Abdula, nas celebrações do Dia Mundial de Luta Contra o HIV e SIDA que se assinala em todo mundo a 1 de Dezembro de cada ano.
A cerimónia contou ainda com a presença da Governadora de Gaza, Stella Pinto Zeca, membros do governo distrital de Bolene, organizações da sociedade civil e parceiros que trabalham em prol da erradicação desta doença.
As celebrações da efeméride, cujo lema é “proteger o adolescente e jovem do HIV e SIDA é garantir um Moçambique Saudável”, pretendem relançar esforços para que o país alcance a meta de uma geração livre do HIV.
Segundo Nazira Abdula, os programas de prevenção do HIV para adolescentes e jovens devem ser desenhados na base da vulnerabilidade do grupo, procurando oferecer serviços apropriados, circuncisão médica masculina e envolvimento das escolas na resposta.
“Aumentar o acesso ao teste é fundamental para prevenir a transmissão entre adolescentes e jovens. Contudo, ainda existem barreiras de acesso ao teste, nomeadamente, idade de consentimento para fazer, serviços de aconselhamento apropriados para idade, protecção legal e apoio à volta da revelação do resultado”, disse a ministra.
A governadora de Gaza, Stella Pinto Zeca, mostrou-se preocupada com o facto de nas mulheres de 15-49 anos de idade, a província de Gaza possuir a prevalência mais elevada de 29.9 por cento contra 19.8 dos homens da mesma faixa etária e entre mulheres jovens ser de 19.2 por cento, três vezes maior que entre os homens jovens da mesma idade (3.3 por cento).
“É aqui onde renovamos apelos para o incremento do diálogo familiar sobre a saúde sexual e reprodutiva para que os nossos filhos, principalmente os adolescentes e jovens possam iniciar actividade sexual previamente informados”, afirmou.
O director da Agência das Nações Unidas para o Sida (ONUSIDA) no país, José Enrique Zelaya, reiterou o compromisso dos parceiros do governo em apoiar as acções de resposta no combate ao HIV e Sida com maior enfoque na redução de novas infecções em adolescentes e jovens.