Kikwete pede apoioàs iniciativas de paz
O Presidente da República Unida de Tanzania, Jakaya Kikwete, pediu ontem em Pemba, província de Cabo Delgado, aos moçambicanos para que apoiem as iniciativas do Chefe do Estado, Filipe Nyusi, de busca da paz e estabilidade política para o país.
Falando num comício popular por ele orientado no campo 25 de Setembro, arredores daquela cidade, o Presidente tanzaniano explicou que o seu país tem estado a acompanhar, com certa apreensão, as ameaças de retorno à guerra, depois de 23 anos de paz.
Destacou que ele e o seu povo tudo farão para apoiarem, junto dos moçambicanos amantes da paz, os esforços do Presidente da República de promoção do entendimento, diálogo e concórdia entre irmãos com vista ao desenvolvimento.
Disse aos presentes que durante o encontro de cortesia que manteve quinta-feira com a Presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, e com as chefias das três bancadas representadas na Casa do Povo, nomeadamente a Frelimo, Renamo e Movimento Democrático de Moçambique (MDM), deixou claro que o Parlamento era o único com a força legal para legitimar ou negar a guerra em Moçambique.
“Pedi para que os deputados da Frelimo, Renamo e do MDM se juntem e perguntem aos presidentes daqueles partidos, nomeadamente Filipe Nyusi, Afonso Dhlakama e Daviz Simango, se querem a guerra ou a paz. Se um deles for apologista da guerra que seja imediatamente informado de que está sozinho, porque em Moçambique ninguém quer mais guerra”, explicou.
Segundo o Chefe do Estado tanzaniano, o que os moçambicanos precisam são hospitais, escolas, boas estradas, dinheiro no bolso para desenvolverem as suas actividades de subsistência e não a guerra.
Enalteceu o desenvolvimento socioeconómico que Moçambique está neste momento a registar, sublinhando que tal é reflexo das boas políticas de governação levadas a cabo pelos vários governos que dirigiram o país, depois da sua independência do jugo colonial português.
Disse que a Tanzania continuará a manter as relações histórico-diplomáticas existentes entre os dois países, que remontam desde os tempos da luta de libertação nacional.
Um breve historial apresentado pelo Presidente tanzaniano refere que no seu país existem províncias constituídas predominantemente por macuas e makondes, casos de Tanga, Mtwara, Massassi, Linde, entre outras.
Alguns tanzanianos de descendência macua, como é o caso de Benjamim Mkapa, chegaram a atingir cargos como o de Presidente da República, o que, segundo ele, demonstra quão é difícil entre as regiões limítrofes dos dois países, e não só, indicar quem é moçambicano ou tanzaniano.
Na cidade de Pemba, para além de orientar um comício popular, Jakaya Kikwete manteve encontro com os cidadãos daquele país residentes em Cabo Delgado.