Nyusi e Xi Jimping debatem financiamento de áreas-chave
O Presidente Filipe Nyusi discutiu ontem, com o seu homólogo chinês, Xi –Jimping, em Joanesburgo, África do Sul, o financiamento das áreas prioritárias para o desenvolvimento de Moçambique, nomeadamente a agricultura, desenvolvimento de infra-estruturas e a industrialização.
O encontro, o primeiro entre os dois Chefes de Estado desde que Filipe Nyusi foi investido, em Janeiro, para o cargo de Presidente de Moçambique, aconteceu no âmbito da segunda cimeira dos Chefes de Estado e de Governo do Fórum de Cooperação Económica e Comercial Sino-África (FOCAC) que decorre a partir de hoje, em Sandton, África do Sul, juntando mais de 50 dignitários de países com relações diplomáticas com a China e convidados.
Segundo dados em nosso poder ao apostar na industrialização Moçambique pretende reverter o actual cenário caracterizado pela exportação em bruto da maior parte dos produtos produzidos no país, com destaque para minerais e agrícolas, o que afecta sobremaneira o preço da sua colocação no mercado internacional.
As três áreas que Moçambique levou à discussão com a China coincidem com as prioridades identificas não só pela União Africana, como também pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), por se considerar que as mesmas são preponderantes para o alívio da pobreza, através do aumento da renda do sector produtivo e da promoção das oportunidades de emprego para a população.
Aliás terá sido nesse contexto que quase todos os estadistas e chefes de Governo que participam na FOCAC, procuraram um espaço para serem recebidos pelo presidente chinês, mas que a diplomacia daquele país conseguiu agendar apenas 14 audiências, quatro dos quais com os Presidentes da SADC, nomeadamente de Moçambique, Namíbia, Angola e Zimbabwe.
O facto de Filipe Nyusi ter sido um dos presidentes recebidos por Xi Jimping é visto pela diplomacia moçambicana como sendo uma prova de que Moçambique ocupa um lugar de destaque no âmbito das relações políticas, económicas e comerciais com a China.
Entretanto, hoje primeiro dia do FOCAC estão previstos discursos de pelo menos 25 dignitários, sendo que o estadista moçambicano será dos dez primeiros a usar da palavra, depois de Jacob Zuma, da África do Sul, na qualidade de anfitrião; dos presidentes em exercício das cinco sub-regiões de África; da Presidente da União Africana, Nkosazana Dlamine Zuma; do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apenas para citar alguns exemplos.
O nível de cooperação sino-moçambicano é descrito como estando a crescer consideravelmente, a avaliar não só pelo investimento privado e público que entra em Moçambique, como também tendo em conta as trocas comerciais entre os dois países.
Segundo dados em nosso poder, o investimento privado chinês aprovado em Moçambique, nos últimos cinco anos, totaliza 88 projectos no valor de um bilião de dólares norte-americanos e com potencial para gerar perto de 14 mil postos de trabalho.
No que diz respeito às relações inter-estados Moçambique beneficiou, de 2007 a esta parte, de mais de três biliões e dólares em créditos concessionais e donativos, montante investido em diversas áreas, com destaque para o desenvolvimento de infra-estruturas.
Refira-se o FOCAC, fundado no ano 2000 é uma plataforma na qual são discutidas as linhas mestras da cooperação entre a China e o Continente africano, cujas relações comerciais terão atingido cerca de 200 biliões de dólares, apenas em 2014.