Nyusi quer “stocks” para quadra festiva
O Governo está a agir profundamente para estabilizar o metical que se tem desvalorizado acentuadamente nos últimos meses, bem como para garantir a oferta de produtos alimentares durante a quadra festiva.
A garantia foi dada ontem, em Maputo, pelo Chefe do Estado, Filipe Nyusi, que fez uma visita ao principal mercado grossista da capital, sito no Zimpeto, onde interagiu com os vendedores em torno dos preços e da disponibilidade de produtos alimentares para a quadra festiva.
“As medidas do Governo são muito profundas e já estão a notar-se gradualmente no comportamento do dólar em relação ao metical. O que aconteceu na última semana é diferente do que acontecia há três semanas. Estamos a trabalhar nesse sentido, o apelo principal é não especularmos. Temos de agir em função da realidade e do concreto”, referiu o Presidente à saída do mercado do Zimpeto.
De acordo ainda com Nyusi, a Inspecção das Actividades Económicas está a trabalhar e vai agir sempre que houver indícios de especulação.
“Temos de ter abundância para que não haja especulação. Viemos aqui para dizer que os produtos não devem faltar, incluindo refrigerantes, açúcar, frango, ovos, energia e água de qualidade. Trouxemos uma equipa muito grande para ter a sensibilidade de que o cidadão não deve ser prejudicado durante a quadra festiva. Tem de ser apoiado, ajudado e acarinhado, por isso as estruturas políticas estão envolvidas para que o cidadão viva bem e passe bem a quadra festiva”, instou.
O PR deu conta de ter ficado com a impressão de que a população sabe o que está a acontecer e tem a solução, sendo necessário mobilizar sinergias para alterar a situação actual.
“Decidimos visitar o mercado-mãe, donde se desdobram para todos os mercados da nossa cidade. Viemos porque nos identificamos com a nossa população. O sofrimento da população é nosso sofrimento. Estamos a ir para a quadra festiva e Dezembro é um mês que, pela sua natureza, é muito complicado. Para além do que sabemos teoricamente, vimos nos confrontar com a realidade no terreno”, acrescentou.
Na sua visita ao Zimpeto, Nyusi foi confrontado com duas realidades, nomeadamente dos produtos importados, cujo preço tem estado a ser influenciado pela valorização do dólar em relação ao metical e também da moeda sul-africana, rand, país donde provém a maior parte dos produtos. A outra realidade é de produtos nacionais cujo preço continua a ser relativamente baixo.
“A população tem a consciência de que o produto nacional é o mais procurado, só que não é suficiente. É o mais procurado porque o conhecemos e tem qualidade (...) Vimos dizer que temos a consciência de que os preços não estão bem. Nem sempre sobem por causas internas, mas pelo que acontece na RAS, onde o rand se desvalorizou em relação ao dólar. Temos de produzir mais. Esta é a resposta. Não vamos produzir de hoje para atender o 25 de Dezembro. É uma equação”, sustentou.
Sobre a Cimeira África-China que decorre desde ontem na África do Sul, Nyusi disse que o privilégio é o estreitamento das relações político-económicas existentes entre os estados.
“Sabemos das nossas fraquezas. O que vamos fazer é oferecer algumas oportunidades de trabalho para com Moçambique, por exemplo na produção de comida. Podemos produzir juntos aqui, criar infra-estruturas para produzirmos aqui e sairmos sempre a ganhar. A comida produzida pela China aqui vai empregar mais moçambicanos e garantir a segurança alimentar dos moçambicanos e eliminar as importações, as quais estão na origem dos desequilíbrios da nossa moeda nacional e também vamos exportar”, indicou.