País compromete-se com agenda de desenvolvimento sustentável
Moçambique está determinado em dar a sua contribuição nos esforços globais para proteger o planeta da degradação, propondo-se a pautar pela produção e consumo
sustentáveis, gestão sustentável dos recursos naturais e adopção de medidas urgentes para combater as alterações climáticas, cujos efeitos são cada vez mais devastadores no país e no mundo.
Esta posição foi segunda-feira defendida em Paris pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, durante a abertura da 21.ª Conferência das Partes (COP) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). O governante moçambicano, que encabeça uma delegação que integra técnicos governamentais, deputados da Assembleia da República, académicos e outros compatriotas que transversalmente se ocupam de assuntos relacionados com o assunto, sublinhou a necessidade de um trabalho conjunto para travar a tendência global de degradação do clima.
A COP21 durará até dia 11 e procura um acordo global.
“Considerando a natureza global das mudanças climáticas, comprometemo-nos a trabalhar em conjunto para concluir um acordo climático ambicioso e universal e para tratar, de forma equilibrada, as preocupações em adaptação, mitigação, financiamento, desenvolvimento e transferência de tecnologia, bem como o reforço das capacidades”, afirmou Carlos Agostinho do Rosário.
Perante cerca 150 chefes de Estado e de Governo presentes em Paris, o Primeiro-Ministro revelou que, por causa das alterações climáticas, aproximadamente 175 mil moçambicanos estão actualmente afectados pela seca e precisam de apoio urgente, e que para o primeiro trimestre de 2016, portanto na actual época chuvosa, algumas regiões do país poderão ser assoladas por inundações, o que piora ainda mais a situação.
Segundo ele, estes fenómenos climáticos adversos, cada vez mais frequentes no país, afetaram negativamente os esforços do Governo na consecução das prioridades nacionais, em particular a segurança alimentar, tão crucial para a redução da pobreza. Por isso, o Carlos Agostinho do Rosário afirma que as medidas de adaptação, que constituem uma das propostas de Moçambique à COP, deveriam ser complementadas com iniciativas de mitigação robustas, incluindo garantir apoio financeiro e técnico às nações que mais precisam para melhorar a qualidade de vida das comunidades.
Áreas como as energias renováveis, de que dependem em parte a melhoria e a expansão dos serviços de Saúde e Educação, a gestão dos resíduos sólidos, que contribui para reduzir a contaminação dos solos e da água ou a implementação de sistemas e meios de transporte sustentáveis e amigas do ambiente, constituem algumas das preocupações correntes do Governo nos seus esforços de contribuir para uma gestão sustentável do clima a nível nacional e global.
No seu discurso na abertura da COP21, o Primeiro-Ministro juntou-se ao coro de líderes mundiais que apelam para o alcance de um acordo justo e global na adopção do futuro regime climático do mundo, de que dependem as gerações presentes e futuras.