Reforma do CS da ONU é “pilar oculto” do desenvolvimento
O Presidente da República, Filipe Nyusi, pediu a conclusão da reforma do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas, que classificou como um “pilar oculto” do sucesso da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015.
“A reforma do Conselho de Segurança é um dos pilares ocultos para o sucesso da implementação da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 que não deve ser menosprezada”, declarou Nyusi no seu discurso perante a 70.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, manifestando a vontade de Moçambique em traduzir este processo “em resultados palpáveis”.
Para o Presidente moçambicano, “a falta de eficácia das Nações Unidas no cumprimento pleno dos seus propósitos” é um aspecto que merece preocupação e que “não é compreensível”, quando o organismo se torna “um obstáculo” à materialização do seu próprio mandato.
“Devíamos estar aqui hoje a celebrar a reforma do Conselho de Segurança, abrindo assim uma janela de oportunidade para a promoção de um mundo em que as pessoas desfrutem dos seus mais elementares direitos, incluindo a paz e o desenvolvimento”, considerou.
No seu primeiro discurso perante a Assembleia-Geral da ONU, o Chefe do Estado moçambicano avisou que o conjunto de sucessos alcançados nos 70 anos do organismo “contrasta com a prevalência de situações de conflito e instabilidade" que afectam a humanidade.
“Não seremos justos connosco, com os nossos povos e gerações vindouras se ignorarmos os fracassos e desafios que ficaram por cumprir”, disse Filipe Nyusi, alertando das novas ameaças com que o mundo se depara.
“Os novos desafios emergem, os conflitos inter e intraestatais proliferam, sobretudo em África e no Médio Oriente, o fenómeno do terrorismo vai-se afirmando como uma das mais graves ameaças da actualidade, a descolonização ainda não está completa e o subdesenvolvimento está longe de passar para a história, agravado pela problemática de refugiados e migração ilegal”, disse.
Na sua intervenção, Nyusi lembrou ainda que Moçambique celebrou este ano 40 anos de independência e da sua relação com as Nações Unidas.
“Somos um Estado já não adolescente e as Nações Unidas devem orgulhar-se pela estabilidade e crescimento de Moçambique. Temos uma responsabilidade acrescida de manter este crescimento”, concluiu. - (LUSA)